14 – Querido Adam

20 de setembro de 2016

A história da trajetória de um refugiado que fugiu da guerra no Iraque, em busca de uma vida melhor na Europa. A mesma história que se repete em tantas vidas do Oriente Médio. Uma narrativa de esperança, escrita pela jornalista francesa Serene Assir.

Tradução de Pablo de Assis
Narração de Joviana Marques

Arte da capa por Amanda Menezes
Crédito da Foto: Crédito da foto: AFP / Aris Messinis
Lettering por Luiz Amorim

Links

Texto original de Serene Assir
Mitografias, do Pablo de Assis
Clube do Livro, da Joviana Marques
Clipe da música “Bel Share”, da banda síria Khebez Dawle
“Amanhã Precisa ser Melhor”, do podcast O Nome Disso é Mundo
Episódio de Crônicas do Projeto Humanos em que a Joviana Marques contribuiu
Episódio de Crônicas do Projeto Humanos em que o Pablo de Assis contribuiu

Transcrição

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Ivan (narração): Este episódio é patrocinado por Oktoplus. Para cada companhia aérea que você usa, conta no banco ou cartão de crédito que possui, existe um programa de fidelidade por trás. Você tem alguma ideia de quantos programas você participa e quantos pontos você possui em cada um?

Daniel: Assim, me incomoda muito, porque… eu sempre viajei muito e deixo sempre pra usar as milhas no final de ano, pra tirar férias, e assim por diante. E às vezes, quando eu vou… resgatar isso no final de ano, aí, ah, já perdeu oito mil milhas. Pô, oito mil milhas, caramba, é muita coisa pra ter sido jogado fora, entendeu. Eu tinha pensado, pô, vou fazer uma startup desse tipo, porque não é possível que ninguém pensou numa situação de compilar todas essas informações, porque não existe nada mais chato no mundo do que você saber quantas milhas você tem e já expiraram não sei quantas mil prum lado, não sei quantas mil pro outro.

Ivan: E você, daí, descobriu, então, a máxima da internet, que qualquer ideia que você já teve, alguém já fez também, né? Então…

Daniel: É, exatamente (ambos riem). Normal.

Ivan (narração): Além de te evitar frustrações, a Oktoplus também possui um motor de buscas próprio para passagens de avião, no qual você pode usar sua pontuação para realizar a viagem que deseja, seja por lazer, trabalho ou numa situação de última hora. E foi exatamente esse o caso que salvou o Daniel, que vocês estão ouvindo agora, um empresário de Belo Horizonte que viaja bastante por conta do seu trabalho. Um dia, no meio de uma viagem para São Paulo, ocorreu uma emergência que forçou o Daniel a voltar para Belo Horizonte correndo. E, se você já teve que comprar uma passagem de avião urgente, deve saber como é caro.

Daniel: Eu recorri ao Oktoplus, assim, rapidamente, vi que tinha milha e já fui pra um computador e já fiz a compra da passagem. E me salvou, se não, eu ia morrer ali, mil e oitocentos reais numa perna só, não dá, né.

Ivan: Meu Deus do… Ou seja, você salvou mil e oitocentos reais aí, nessa emergência.

Daniel: É. Ou então você pega um táxi, que é mais barato.

Ivan: É? (risos)

Daniel: Como já fiz várias vezes.

Ivan: Ah! Meu Deus, ficou quanto… quanto é que é um táxi… de São Paulo pra Belo Horizonte?

Daniel: Seiscentos reais.

Ivan: Seiscentos reais?

Daniel: Sim. É.

Ivan: Caramba!

Daniel: Mais barato do que uma passagem.

Ivan (narração): Oktoplus, te salvando em emergências e evitando que você pegue táxis de seiscentos reais. Lembrando que as melhores ideias já estão por aí. Para mais informações, acesse agora oktoplus.com.br. Oktoplus é com “k”, igual aquela risada preguiçosa que você dá na internet.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Ivan (narração): Olá, pessoal. Aqui é Ivan Mizanzuk, do Projeto Humanos. Histórias reais sobre pessoas reais. Este é o nosso último episódio da nossa segunda temporada, O Coração do Mundo. E, enquanto eu gravo isso, eu olho para a parede do meu escritório onde estão todas as anotações do que eu havia planejado para esta temporada. Lá estão anotados todos os conceitos que eu precisava abordar, a estrutura narrativa, os personagens que eu queria ter, entre tantos outros planejamentos e objetivos. E, no fim, o resultado final foi bem além do que eu havia idealizado. Eu sabia que seria uma temporada longa, complexa, mas 14 episódios com tantos relatos tão ricos foi muito além das minhas expectativas. E é estranho pensar que, nos próximos dias, eu vou apagar tudo que tá escrito nessa parede. Essa temporada me tomou cerca de um ano da minha vida, contando com todo o processo de planejamento, contato com entrevistados, as entrevistas em si e, principalmente, a construção das narrativas e a edição. E enquanto eu planejava essa temporada, a Ani, a minha esposa, me acompanhou durante todo o processo e ela me enviava notícias sobre a Síria, refugiados, os conflitos do Oriente Médio, achando que eu poderia me interessar por alguma coisa. E, um dia, ela me enviou um texto que é o, que será lido para vocês neste programa. Ou seja, a história deste episódio não fui eu que produzi. Essa história foi escrita pela jornalista francesa Serene Assir, da AFP. E o motivo de eu ter escolhido essa história para encerrar a temporada é simples. Apesar de muito curta, ela nos passa uma narrativa que nós ainda não tínhamos abordado, que é a de um refugiado que se estabeleceu na Europa. Mais do que isso, nos mostra uma visão diferente daqueles que fogem das guerras e nos dá alguma esperança. O curioso desta história é que, sem dúvida, foi a que eu menos tive trabalho de colocar no ar, já que não fui eu que tive que escrever. Ao mesmo tempo, é também a história mais difícil que eu tenho para lançar. E isso porque ela encerra essa temporada com a qual eu tenho tanto carinho. Como eu expliquei nos primeiros programas, o coração do mundo é uma metáfora síria e aos conflitos que existem lá e, enquanto esse coração sangra, todos nós sentimos suas dores. O Adam, o personagem principal de hoje, é iraquiano, um vizinho da Síria. Mas a sua história é a mesma de tantos outros sírios, iraquianos, afegãos, enfim, qualquer um que foge de seu país em busca de sobrevivência. Esse texto foi traduzido por Pablo de Assis, do site Mitografias, e foi narrado por Joviana Marques, do blog Clube do Livro. Ambos já contribuíram para o Projeto Humanos nos episódios de crônicas que lançamos no início de 2016.

(SONS E BUZINAS DE TREM)

Ivan (narração): Paris, 6 de janeiro de 2016.

(SONS E BUZINAS DE TREM)

Joviana (narração): Querido Adam, eu te conheci quando você tinha apenas três meses de idade. Um bebê nos braços do seu pai, enquanto ele e sua linda mãe subiam em um trem velho e lotado, na rota de migração dos Balcãs para a Europa. Era setembro de 2015 e havia centenas de pessoas viajando naquele dia das fronteiras macedônicas com a Grécia até a fronteira sérvia. Todos fugindo da guerra e miséria, todos buscando um futuro melhor. Não havia espaço suficiente para todos, mas as autoridades da Macedônia pareciam aptas a simplesmente empurrar todos os migrantes e refugiados para fora do país o mais rápido possível. Era indigno e difícil de existir, especialmente ao saber que cada pessoa lá havia acabado de sobreviver a uma jornada perigosa através do Mar Egeu. Todos mereciam algo melhor.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

(SOM DE TREM PASSANDO)

Ivan (narração): Sobravam três euros.

Joviana (narração): Seu pai, Ahmad, estava segurando você em seus braços, enquanto ele entregava os bilhetes de trem da sua família. Sua mãe, Alia, carregava seu cobertor azul claro, um colchonete azul e vermelho, uma bolsa pra sua mamadeira, leite e lenços. Não havia onde sentar, mal havia lugar pra se agachar no chão empoeirado do corredor do trem. Eles alternavam pra segurá-lo, brincavam com você e o alimentavam, fazendo o melhor pra protegê-lo, fazê-lo sentir-se seguro, apesar do ambiente pouco amistoso. Você não chorou nenhuma vez durante a viagem de trem,  pelo menos, não que eu me lembre; enquanto seus familiares se abriam comigo e meus colegas, o fotógrafo Aris Messinis e a videógrafa Celine Jankowiak, compartilhando conosco suas expectativas, sonhos, medos. Eles ainda não estavam certos pra onde estavam indo, mas você iria reencontrar parentes na Holanda. Eles estavam nervosos e com medo de que o dinheiro que tinha com eles não iria ser suficiente pra levar os três com segurança. No final, quando chegaram aos Países Baixos, sobravam apenas três euros.

(SOM DE TREM PASSANDO)

Ivan (narração): O barco da morte.

(SOM DE VOZERIO, CHOROS DE CRIANÇAS ENTRE RUÍDOS DE ÁGUA DO MAR)

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Joviana (narração): Eles também se preocupavam que o leite especial que você precisava estava acabando rápido. (Som de trem) Enquanto as rodas enferrujadas do trem estalavam em seu caminho através da Macedônia, Ahmad e Alia nos contavam sobre como eles sobreviveram a um ataque a bombas em Bagdá (som de explosão e sirenes), onde você nasceu; sobre o puro terror que eles experienciaram a bordo do barco pesqueiro onde você passou clandestinamente da Turquia à Grécia. Eles nos mostraram fotos no celular do Ahmad, seu lindo casamento na Turquia e do rosto bastante machucado como resultado do ataque à bomba (som de explosão). No barco, eles estavam aterrorizados de não chegar à Grécia. O “barco da morte”, eles o chamavam (vozerio e choros de criança no mar). E, após esse primeiro encontro, nós seguimos a odisseia da sua família até a Alemanha e depois Holanda, atravessando seis países em seis dias.

(SOM QUE PODE SER DE TREM OU NAVIO REDUZINDO VELOCIDADE, UM SINO SOA RITMADAMENTE)

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Ivan (narração): Adam e sua família realizaram uma jornada de 3.500 quilômetros do Iraque até a Holanda. Partiram em meados de agosto de Bagdá, no Iraque, até Ancara, na Turquia, de avião. Depois, até Bodrum, onde pegaram um barco até Tessalônica, na Grécia, chegando no dia 29 de agosto. Passaram por Idomeni e depois Gevgelija, em território macedônio, onde pegaram um trem até Tabanovce, no dia 30 do mesmo mês. Passaram por Miratovac e Preševo, em território sérvio, no mesmo dia, onde pegaram um ônibus até a capital, chegando no dia seguinte em Belgrado. Um dia depois, já estavam em Kanjazi e passaram para a Hungria, na cidade de Roszke. No dia seguinte, em uma jornada a pé e de ônibus, chegaram em Budapeste. No dia 3 de setembro, pegaram um trem que os levou por Viena, na Áustria, até Munique, na Alemanha, onde pegaram um carro para viagem até Leeuwarden, na Holanda, seu destino final, chegando no dia 16 de setembro.

(SOM DE TREM BUZINANDO VÁRIAS VEZES E PASSANDO)

Joviana (narração): E então, em dezembro, Celine e eu o visitamos com o fotógrafo Emmanuel Dunand, pra ver como você estava se saindo. Seus pais e você estavam morando em um centro de exposições que as autoridades holandesas haviam convertido em um abrigo temporário pra centenas de pessoas que buscavam asilo, assim como você.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Joviana (narração): Os documentos da sua família haviam finalmente sido processados e agora não restava nada mais pra seus pais fazerem a não ser esperar, ver se eles seriam permitidos ficar no país ao qual arriscaram tanto chegar. Você tinha apenas sete meses de idade, um bebê extrovertido e risonho que aprendera a dizer “Mama, Baba”, maravilhando Ahmad e Alia, que estavam animados em ver você crescer.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Joviana (narração): Rimos quando percebemos que, pra uma criança tão jovem, você já havia viajado por mais países que muitos adultos viajam em uma vida inteira. Porque você teve um início de vida tão incrível, resolvi escrever pra você essa carta, pra iniciar o ano novo. Eu vou pedir aos seus pais, que moveram montanhas pra trazê-lo à Europa, pra guardá-la em segurança, pra que você possa ler quando for mais velho.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Ivan (narração): Pássaro na gaiola.

Joviana (narração): Por mais que eu tentasse, não consigo nem imaginar como será a vida pra seus pais e você em alguns poucos anos. Depois da chegada na Holanda, você e seus pais foram designados para Leeuwarden, uma pequena cidade no norte do país, onde centro de convenções transformado tornou-se seu primeiro lar. Sua família estava dividindo um cubículo com outras duas famílias iraquianas, sem portas ou teto. Você era o residente mais novo daquele centro. Haviam ao todo 600 pessoas lá, a maioria vindos da Síria, Afeganistão e Iraque. Alia nos disse que você tinha dificuldades em dormir de noite, porque lá era sempre barulhento. Quando as fortes luzes fluorescentes eram ligadas, às 7 da manhã, não havia chance alguma de dormir.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Joviana (narração): A ansiedade não terminou pros seus pais ao chegarem aos países baixos. As autoridades demoraram umas cinco semanas pra registrar o pedido de asilo da sua família, fazendo com que seu pai sentisse que o país não os queria por lá, como se estivesse dizendo pra partirem.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Joviana (narração): Quando visitamos, seus pais se sentiam presos em um labirinto de burocracias vagarosas e sem alma. Enquanto o básico, comida e abrigo, eram providenciados, seus pais sentiam como se ainda não tivessem começado suas vidas novas, como se tivessem presos em alguma terra de ninguém, entre o pesadelo do passado e as esperanças do futuro. “Como posso explicar?”, seu pai me disse. “É como um pássaro em uma gaiola. Ele come e bebe, mas não está feliz”.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Joviana (narração): Então aconteceram os mortais atentados de Paris, onde mais de 130 pessoas foram mortas em cafés, restaurantes, em uma sala de espetáculos. Os atentados de Paris foram tão cruéis quanto as bombas de 2014, que forçaram a saída de seus pais de Bagdá. E ainda, após Paris, seus pais sentiram que a atitude mudou para com as pessoas que buscavam asilo. As pessoas costumavam dizer olá pra sua mãe e seu pai nas ruas. Mas depois dos ataques eles pararam. Enquanto esperavam ouvir a respeito de seu pedido de asilo, seus pais constantemente se preocupam com a possibilidade de rejeição, que serão mandados de volta pro Iraque. Apesar do medo e da ansiedade, seus pais tentam pensar positivo.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Joviana (narração): Seu pai começou a aprender a falar holandês com um grupo de outras pessoas que buscam asilo. Sua mãe vai com outras mulheres com quem fez amizade pra uma “sala de maquiagem”, onde as mulheres se vestem e se maquiam pra se animar. Uma vez por semana, você e seus pais vão pra Mouni, um restaurante de kebab, no coração de Leeuwarden, popular entre os refugiados. A comida não é como a do Iraque, mas é um pequeno gosto de casa. É difícil imaginar como será a vida pra sua família em alguns anos, mas tendo em vista a força de seus pais, seja na caminhada pelas rotas dos Balcãs ou sobrevivendo à  monotonia de esperar por documentos de asilo, eu estou segura de que as coisas apenas vão melhorar daqui pra frente. Em apenas poucos anos você estará na escola, falando holandês, provavelmente árabe e possivelmente inglês também, fazendo de você um poliglota e um verdadeiro cidadão do mundo. Em dezembro, enquanto tomávamos um chá e café com sua família, em café em um terraço em Leeuwarden, os olhos de Alia brilharam quando ela olhou pro futuro imaginando o dia em que você se tornaria um estudante em um país seguro longe das bombas e perseguições do Iraque.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Ivan (narração): Nunca perca a esperança.

Joviana (narração): As coisas podem ser difíceis às vezes, por anos ainda. O processo de fazer um país do norte da Europa seu lar nem sempre será fácil pros seus pais especialmente porque eles chegaram durante a pior crise migratória do continente desde a Segunda Guerra Mundial. Os Países Baixos são úmidos e frios. Eles cresceram em um país seco e quente. Eles venderam tudo pra chegar aqui e tiveram que começar do zero. O que os fizeram continuar em frente até agora é o seu amor por você e um pelo outro.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Joviana (narração): E eu tenho certeza que, apesar de um milhão de obstáculos e dificuldades que eles enfrentarão na longa jornada de integração, sua família conseguirá. Seus pais tem o espírito forte. Existem pessoas boas o suficiente no mundo pra tornar isso possível.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Joviana (narração): Só um último pensamento antes de eu acabar… Você não deve pensar que só porque era um pequeno bebê na época não teve nenhuma importância na vinda dos seus pais. O seu papel foi fundamental! Como um anjo, você dormiu na noite em que seguimos um contrabandista através de um campo de milho na fronteira entre Sérvia e Hungria, um dos piores cruzamentos da jornada. Você durava a sorrir e se alegrava ao brincar com as outras pessoas na rota de mais de dois mil quilômetros que precisavam de um pouco de amor pra poder continuar. Você nos fez rir, especialmente quando tentou comer a espuma azul do microfone de Celine durante as entrevistas. Sua vida tem sido uma aventura desde cedo, então eu estou certa que o que quer que o seu futuro guarde, você saberá como alcançá-lo. Um caso em questão, alguns dias depois de retornar à Paris depois de visitá-lo na Holanda, seu pai me mandou um SMS dizendo que vocês agora tinham um novo espaço pra morar. Dessa vez um quarto só pra vocês em um outro abrigo. Não era perfeito, ele disse, mas era melhor. Lá tornou-se o sexto lugar onde você havia morado, desde sua chegada à Holanda. Imagine isso! E se as coisas ficarem difíceis, lembre-se o que seu pai nos disse em Leeuwarden, nunca perca a esperança. “Se perdemos a esperança na vida, não poderá mais haver vida”, ele disse. Eu desejo a vocês três, sobreviventes, uma vida maravilhosa à frente. Ninguém que eu conheço merece mais. Com amor, Serene.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Ivan (narração): Serene Assir é repórter correspondente pela AFP, residente em Paris. Ela cobre política, Oriente Médio, refugiados, migração e direitos humanos. Você pode segui-la no Twitter através do @SirenaAssir, Sirena com “i”. Se você quiser ler a matéria original em inglês, o link está na descrição deste episódio.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

(EFEITO SONORO: BATIDAS DE CORAÇÃO)

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Ivan (narração): Com isto, chegamos ao fim do Coração do Mundo. Esperamos que essa temporada tenham sido boa pra todos vocês. Torçamos para que a Paula, o Ahmed, o Adam, o Mahmud e tantos outros que se envolveram de alguma forma nos mais recentes conflitos do Oriente Médio possam ter dias melhores. A música que vocês estão ouvindo de fundo se chama “Bel Share” e é da banda síria Khebez Dawle. Vocês podem encontrar o link para o clipe na postagem. Ela fala sobre esperança.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Ivan (narração): Essa música me foi recomendada pela Camila, esposa do Felipe Teixeira, ambos do podcast O Nome Disso É Mundo, o qual eu recomendo demais que ouçam a série “Amanhã Precisa Ser Melhor”, que também fala de refugiados na Europa, através das experiências da repórter Rafaela Carvalho, que esteve por lá durante a crise de refugiados de 2015.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

(EFEITO SONORO: FADE OUT DE BATIDAS DE CORAÇÃO, AGORA MAIS GRAVES)

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

Ivan (narração): O Projeto Humanos é um podcast que visa apresentar histórias íntimas de pessoas anônimas. Ele tornou-se possível graças à ajuda dos patrões do Anticast que contribuem mensalmente para que nossos programas continuem acontecendo. Se você gosta do nosso trabalho e gostaria que ele continuasse você pode contribuir acessando o site do Anticast, anticast.com.br e clicando na seção “Seja Patrão!”, ali no topo. Agradecimentos especiais a Anielle Casagrande, minha querida esposa, Joviana Marques, Pablo de Assis, Felipe e Camila Teixeira e muito, muito obrigado a você que nos acompanhou até aqui. O Projeto Humanos voltará para uma terceira temporada em 2017, que já está em pré-produção. Até lá não deixe de assinar o nosso feed pois é muito provável que episódios especiais, fora de temporada, apareçam. Aliás, isso vai acontecer, com histórias produzidas por alguns dos que contribuíram com crônicas, no início desse ano. Então, a Joviana vai voltar, a Isabela vai voltar, o Pablo, enfim, todo mundo que participou lá. Fiquem atentos, assinem o nosso feed, nos acompanhem nas redes sociais, no @anticast no Twitter, ou a Fanpage no Facebook, Anticast também. E, se você não sabe, o Projeto Humanos, esse é um projeto diferenciado, porque ele segue uma estrutura narrativa, você já deve ter notado, e essa estrutura a gente chama de storytelling, que é uma técnica de contar histórias, e eu vou dar um curso sobre storytelling. Então se você tem interesse em fazer alguma coisa no estilo do Projeto Humanos ou apenas se você quiser fazer palestras melhores, dar aulas melhores, apresentações melhores, ou até mesmo se você trabalha com publicidade e tem interesse em storytelling, que eu sei que é uma área interessante, eu vou dar um curso online sobre storytelling, que será no dia 23 de outubro de 2016. Se vocês tiverem interesse, entra no site anticast.com.br, clica na seção de cursos e lá vai ter o link para o curso de storytelling. No dia 23 de outubro. É um domingo, e a gente vai passar das 10h da manhã até as 18h online. Você pode fazer o curso no conforto do seu lar. Nos vemos em breve e, até lá, não percam a esperança.

(FADE IN E FADE OUT DE TRILHA SONORA)

FIM

Transcrição por Zé Roberto. Edição por Sidney Andrade. Revisão por Marcela Brasil