Sobre “O Coração do Mundo”
21 de setembro de 2016O nome da segunda temporada foi inspirado num post de Facebook da MTV Syria, no qual apresentava uma imagem do país como um coração que irradiava para o resto do planeta.
Diferente da primeira temporada As Filhas da Guerra, que focou-se numa única história, O Coração do Mundo funciona como uma trama de diversas narrativas, buscando montar uma linha do tempo que nos faça entender melhor a dimensão humana dos conflitos de vários lados. Através de narrativas individuais, de pessoas que vivenciaram esses eventos, entendemos melhor o que foi o 11 de Setembro, o que é o Islamismo, a geopolítica do Oriente Médio e as diferenças entre grupos terroristas como Al-Qaeda e o autointulado Estado Islâmico.
Os personagens que compõem essa temporada são:
- Paula Zahra (eps 1-3), brasileira revertida ao islamismo. Moradora de Curitiba, ficou conhecida após jornais do Brasil todo narrarem quando ela foi agredida na rua por usar o véu;
- Francesco Tessitore (eps 4-6), brasileiro radicado nos EUA, parte dos US Marines desde 1993, que lutou nas guerras do Afeganistão e Iraque, além de ser interrogador de prisioneiros de guerra;
- Aldo Sauda (ep. 7), jornalista brasileiro que esteve no Egito durante a chamada Primavera Árabe;
- Eliah e Ahmed (eps. 8-10), sírios que vivem no Brasil e explicam a guerra que ocorre em seu país de origem;
- Klester Cavalcanti (eps 11-12), jornalista e autor do livro “Dias de Inferno na Síria”, onde narra o episódio em que foi preso durante sua visita ao país em 2012;
- André Fran (ep. 13), jornalista e apresentador do programa Que Mundo é Esse? (Globo News), que cobriu o dia-a-dia de pessoas do Curdistão Iraquiano;
- Heiko Seibold (ep. 13), soldado alemão que encontra-se atualmente no Curdistão Iraquiano, lutando diariamente na linha de frente contra as forças do autointitulado Estado Islâmico;
- Homero Aziz (ep. 13), pastor brasileiro que trabalha num campo de refugiados na Jordânia.
A temporada também conta com vozes de especialistas em islamismo e Oriente Médio, entre eles Omar Nasser Filho (jornalista, historiador e membro da Mesquita de Curitiba), a advogada Francielli Morêz Gusso, a pesquisadora Francirosy Campos Barbosa (USP) e o pesquisador Paulo Hilu (UFF). Assim, os programas também buscam explicar um pouco mais da complexidade e diversas vertentes da religião muçulmana.
A música tema utilizada foi cordialmente cedida pela banda síria Khebez Dawle e se chama “Bel Share’”, que significa “Na Rua”. É uma linda peça artística a favor da liberdade no país, e você pode conferir o vídeo e sua letra logo abaixo.
Na rua
Na rua hoje, eu encontro a mim mesmo
Cem cores
Agora eu posso expressar-me sobre mim e você
Eu posso escrever meu nome e o seu
Entre aqui e ali,
de uma vizinhança a outra.
E agora, simplesmente, podemos viver na rua. (x2)
Na rua hoje, minha voz e a sua podem ser ouvidas
de todo o lugar do mundo.
O tempo respira liberdade conosco
e o mundo permanece o que é,
mas nós somos aqueles que podem mudar.
E agora, simplesmente, podemos viver na rua. (x2)